Israel caça ‘cérebros’ do Hamas responsáveis por ataque do dia 7

Mohamed Deif e Yahya Sinwar, que chefiam a ala militar e politica do grupo, respectivamente, estariam escondidos em túneis de Gaza

Dois membros do Hamas, acusados ​​de serem os mentores do sangrento ataque do grupo terrorista em solo israelense em 7 de outubro, encabeçam a lista de procurados de Israel, que ameaça matar todos os militantes da célula que governa a Faixa de Gaza.

Mohamed Deif, que chefia a ala militar do Hamas, e Yahya Sinwar, o líder político do enclave, foram alvo de numerosas tentativas de assassinato e passaram algum tempo em prisões israelitas e palestinas. Durante duas semanas, eles têm como alvo Israel.

“Todos os membros do Hamas são homens mortos”, declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após o ataque sem precedentes que deixou 1.400 mortos em Israel, a maioria deles civis, e fez quase 200 reféns.

Em resposta, Israel mantém a Faixa de Gaza sitiada e bombardeia diariamente o pequeno território. Até agora, os bombardeios causaram mais de 3.700 mortes, segundo o Ministério da Saúde, que é chefiado pelo Hamas.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, enfatizou: “Os terroristas do Hamas têm duas opções: serem mortos ou renderem-se sem condições. Não existe uma terceira opção”.

O movimento islâmico, considerado um grupo terrorista por Estados Unidos, Israel e União Europeia, garante, no entanto, que “não tem medo”.

De acordo com fontes de segurança fora de Gaza, Sinwar e Deif estão escondidos na rede de túneis e abrigos subterrâneos do enclave. Não apenas desde o ataque, mas durante anos.

Nasceu no acampamento Khan Yunis

Israel tem como alvo especial Sinwar, considerado pelo porta-voz do Exército, o coronel Richard Hecht, a “face do mal”. O homem, de 61 anos, foi um dos membros fundadores do Hamas durante a primeira revolta do grupo, em 1987. Desde então, subiu na hierarquia como um feroz defensor da luta armada.

Em 2017, quando o principal líder do movimento, Ismail Haniyeh, se exilou, Sinwar tornou-se o cabeça do grupo. Formado pela Universidade Islâmica de Gaza, ele aprendeu hebraico durante os 23 anos que passou nas prisões israelenses, cumprindo quatro penas de prisão perpétua pelo assassinato de dois soldados israelenses.

O líder do Hamas foi libertado em 2011 juntamente com outros mil palestinos, em troca do soldado franco-israelense Gilad Shalit. Tanto Sinwar quanto Deif nasceram no campo de refugiados de Khan Younis, em Gaza.

‘O hóspede’

Mas a vida do chefe das brigadas Ezedin al-Qassam, o braço militar do Hamas, é muito menos conhecida. Nascido Mohamed Diab al-Masri em 1965, ele ganhou o apelido de “Al-Deif” (o convidado, em árabe), supostamente porque nunca dorme mais de uma noite no mesmo lugar.

Seus inimigos o chamam de “gato com nove vidas”, já que sofreu pelo menos seis tentativas fracassadas de assassinato. Em uma delas, suspeita-se que ele tenha perdido um olho.

O único retrato dele tem pelo menos 20 anos. As demais fotos o mostram com o rosto coberto ou na sombra.

Nas últimas duas décadas, ele foi acusado de organizar atentados suicidas, sequestros e outros ataques. Sua esposa e pelo menos um de seus filhos foram mortos em um bombardeio israelense em 2014.

Deif juntou-se ao movimento islâmico na década de 80 e foi preso quando a segunda intifada começou. Mas ele escapou ou foi libertado de uma prisão da Autoridade Palestina em 2000. Dois anos depois, tornou-se líder da ala militar do Hamas e inimigo público número 1 de Israel.

Especialistas dizem que eliminar Sinwar e Deif enfraqueceria seriamente o Hamas, mas não o extinguiria.

“Sinwar e Deif são claramente líderes de alta prioridade, cuja perda prejudicaria o Hamas, mas pode-se presumir que o grupo tenha planos de contingência para a sua perda”, conclui H.A. Hellyer, especialista em segurança internacional do Royal United Services Institute, em Londres.

 

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