Vereador do Acre critica preço elevado da carne de animais silvestres na fronteira com o Peru

Durante sessão na Câmara Municipal de Santa Rosa do Purus, no interior do Acre, o vereador Denis Kacinawa utilizou a tribuna para manifestar preocupação com os altos preços da carne de animais silvestres na região. Segundo o parlamentar, o quilo da carne de paca estaria sendo vendido a R$ 40, enquanto a de jacaré chega a R$ 30 — valores considerados abusivos para a população local.

Kacinawa destacou que a situação envolve caçadores peruanos, que estariam abatendo os animais em território peruano e comercializando a carne com indígenas brasileiros que vivem na cidade fronteiriça. O vereador cobrou a atenção das autoridades para a prática, que tem impacto direto no custo de vida da população de Santa Rosa, onde muitas famílias dependem da caça e da pesca para subsistência.

“É preciso olhar para essa realidade. A carne que antes era acessível agora virou um item de luxo. Enquanto isso, nossos indígenas dependem da compra de carne vinda do Peru, onde a legislação permite o abate de animais silvestres”, afirmou o vereador durante o pronunciamento.

No Brasil, a caça de animais silvestres para fins comerciais é proibida por lei, conforme determina a legislação ambiental. Já no Peru, país vizinho que faz fronteira com o município acreano, as normas relacionadas à caça e comercialização de carne de animais nativos são diferentes, o que tem contribuído para o avanço desse tipo de comércio informal na região de fronteira.

O vereador pediu que órgãos como o Ibama, a Polícia Federal e o Ministério Público acompanhem a situação e verifiquem formas legais de proteger tanto os consumidores locais quanto a fauna brasileira.

A fala do vereador reacende o debate sobre o comércio informal de produtos de origem animal em áreas de fronteira e os desafios de fiscalização em regiões isoladas da Amazônia.

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