O governador do Acre, Gladson Cameli, tornou-se réu em uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por supostamente liderar um esquema criminoso no estado. Ele é acusado de crimes como corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e participação em organização criminosa. O caso envolve desvios estimados em mais de R$ 150 milhões de recursos públicos, segundo as investigações.
As irregularidades investigadas foram identificadas principalmente no âmbito da Operação Ptolomeu. Entre as práticas denunciadas estão fraudes em licitações e contratos com empresas privadas, como a Murano Construções Ltda., que teria recebido pagamentos indevidos para obras no estado. Parte do dinheiro desviado teria sido usado na compra de bens de alto valor, como imóveis e veículos de luxo
Apesar das acusações, o STJ decidiu não afastar o governador do cargo, argumentando que os fatos investigados são de 2019 e não justificam, neste momento, a medida de afastamento. No entanto, Cameli teve bens bloqueados e está proibido de contatar outros investigados no caso.
Aqui estão os detalhes mais relevantes:
Fraudes em Licitações e Contratos
A empresa Murano Construções foi contratada pelo governo do Acre para serviços de engenharia viária e manutenção predial. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), houve dispensa indevida de licitação, subcontratações não permitidas por lei e desvio de recursos para favorecimento pessoal. As investigações indicam que a Murano pagou vantagens indevidas ao governador e a membros de sua família por meio de contratos com empresas controladas por parentes
Desvio de Recursos
Os danos aos cofres públicos superariam R$ 150 milhões, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU). Parte do valor teria sido usada para aquisição de bens de luxo, como um apartamento avaliado em R$ 5 milhões e veículos de alto valor
Operação Ptolomeu
As investigações fazem parte da Operação Ptolomeu, que identificou um esquema organizado com divisão de tarefas entre núcleos político, familiar, empresarial e operacional. O governador é apontado como o chefe do esquema, tendo papel ativo na escolha de empresas beneficiárias e na liberação de pagamentos ilegais
Decisão do STJ
A denúncia contra Gladson Cameli foi aceita pelo STJ, tornando-o réu. No entanto, o tribunal não determinou seu afastamento do cargo, pois os fatos são considerados não contemporâneos. Medidas cautelares foram impostas, como o bloqueio de bens e a proibição de contato com outros investigados