Não tem empatia, é repugnante.
Ao não ceder poltrona para criança, passageira é filmada por mãe e exposta nas redes sociais
Nesta quarta-feira (4), mais um vídeo polêmico viraliza na internet e divide opiniões. Nele, aparece a imagem de uma passageira com fones de ouvido e de olhos fechados ocupando o assento ao lado da janela, enquanto uma mulher a critica por não ceder a poltrona para seu filho.
“Não quer trocar de lugar porque não quer. Até perguntei se ela tem alguma síndrome, alguma coisa, porque se a pessoa tem algum problema, uma deficiência, a gente entende, mas a pessoa não tem nada e não quer trocar do nada!”, acusa a mãe da criança.
Ao perceber a gravação, a passageira tira os fones e mostra reprovação à exposição de sua imagem, mas a mulher continua: “Tô gravando a sua cara porque você não tem empatia com as pessoas. Isso é repugnante, no século 21 a pessoa não ter empatia com uma criança. Se fosse com um adulto, tudo bem, agora com uma criança é demais”.
Esta, porém, não é uma ocorrência de falta de empatia e nem mesmo de direito do consumidor. Esta é apenas mais uma demonstração prática do quanto as pessoas estão se municiando de justificativas sem pé nem cabeça para obrigar os outros a fazerem o que elas querem.
Afinal, a mãe que pede “empatia” é a mesma que importuna e constrange uma mulher expondo sua imagem publicamente sem consentimento. A mãe que chama a atitude de uma pessoa que não fez o que ela esperava de “repugnante” é a mesma que diz que esse tipo de coisa não deveria acontecer no século 21. A mãe que não entendeu que a vida é pedagógica, é a mesma que perdeu não apenas a compostura, mas a oportunidade de ensinar o próprio filho que ter empatia também é saber respeitar o que é do outro.
Desentendimentos entre pessoas sempre ocorreram e sempre ocorrerão, mas o que estamos vendo nos dias de hoje, com cada vez mais frequência, são pessoas tentando impor suas vontades pela sinalização de virtudes que não possuem. Nessa briga, todos perdem, mas principalmente as crianças que são ensinadas pelos próprios pais a serem pequenos imperadores e que, mais tarde, terão de aprender com a vida que não são o centro do universo.