O governador Gladson Cameli (PP) enfrenta um dos capítulos mais delicados de sua trajetória política. No próximo dia 19 de novembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve julgar um dos processos relacionados à Operação Ptolomeu, investigação que abalou o cenário político do Acre e colocou sob suspeita o coração da atual administração estadual.
Cameli é acusado de liderar um esquema de corrupção que teria desviado milhões de reais dos cofres públicos, por meio de contratos fraudulentos, lavagem de dinheiro e uso de laranjas. O caso é apontado por investigadores como o maior escândalo de corrupção já registrado na história do Estado.
Nos bastidores da política acreana, o clima é de tensão e expectativa. Deputados, secretários e lideranças partidárias acompanham o desenrolar do processo com cautela. Enquanto aliados buscam minimizar os impactos e evitar declarações públicas, adversários enxergam no julgamento uma oportunidade de reposicionamento político e até de reconstrução de forças para 2026.
A Operação Ptolomeu revelou, segundo o Ministério Público Federal, a existência de um núcleo próximo ao governador responsável por movimentar grandes quantias de dinheiro de forma irregular. Ao todo, nove inquéritos correm na Justiça, envolvendo servidores, empresários e membros da família Cameli.
Para analistas políticos, o julgamento representa um divisor de águas para o Acre. Caso o STJ aceite as denúncias, o governador poderá ser afastado do cargo, e o Estado mergulharia em uma nova crise institucional. Já uma eventual absolvição fortaleceria o discurso de perseguição política defendido por Cameli e sua base.
Mais do que uma disputa judicial, o processo expõe a erosão moral e ética que tem marcado parte da administração pública no Acre. O resultado do julgamento poderá não apenas definir o futuro do governador, mas também influenciar profundamente os rumos da política acreana nos próximos anos.




