O que era para ser mais um dia comum de trabalho terminou em dor, desespero e sirenes na tarde desta segunda-feira (05), no quilômetro 03 da estrada do Quixadá, em Rio Branco. José Nilson Barbosa Lima, de 34 anos, teve várias partes do corpo queimadas após um grave acidente enquanto trabalhava em uma fábrica de beneficiamento de castanha.
Segundo testemunhas, José manuseava uma mangueira de água quente usada no processo industrial quando o equipamento estourou repentinamente, liberando jatos de líquido escaldante que atingiram seu corpo. O impacto foi devastador: o trabalhador sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus no peito, braços, pernas e rosto.
Colegas de serviço, em choque, correram para ajudar. Em meio ao pânico, acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que enviou rapidamente a ambulância de suporte avançado (Unidade 01) ao local. Os socorristas prestaram os primeiros atendimentos ainda na fábrica, tentando controlar a dor intensa e os danos causados pelas queimaduras.
Após ser estabilizado, José Nilson foi levado em estado grave, mas consciente, ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde foi entregue ao setor de traumatologia e queimados. Ele permanece internado, sob avaliação da equipe médica, e deve passar por procedimentos delicados nos próximos dias.
O acidente expôs não apenas a gravidade do ferimento, mas também as condições precárias enfrentadas por trabalhadores da indústria local. Nossa equipe de reportagem conversou com uma pessoa próxima da vítima, que preferiu não se identificar, mas fez um alerta contundente:
“Ali ninguém usa EPI. As condições são muito ruins. A gente sempre teve medo que algo assim acontecesse, e hoje foi o Nilson… mas podia ter sido qualquer um. E pode acontecer de novo.”
A denúncia aponta para um possível descaso com normas de segurança e higiene no ambiente de trabalho. A fábrica, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o caso. O Ministério Público do Trabalho e a Vigilância Sanitária devem ser acionados para investigar as condições no local.
José Nilson é mais um trabalhador acreano que, ao tentar ganhar o pão de cada dia, teve sua saúde e dignidade colocadas em risco. Agora, entre curativos e procedimentos cirúrgicos, ele luta não apenas para se recuperar, mas para voltar a ter uma vida normal — enquanto a sociedade se pergunta: quantos mais precisarão se ferir até que algo mude?